Retrospectiva de 2015

2015 foi um ano “interessante”. Depois de bastante tempo onde o plano era não ter plano, eis que resolvi dar uma nova guinada.

Corrida

Voltei a correr no finalzinho de 2014. Vinha treinando bem, ganhei ritmo e cheguei a completar uma meia-maratona. Mas no segundo semestre eu dei uma relaxada nos treinos e pra fechar o ano com uma certa vergonha, saí uma única vez para correr agora em dezembro – e foram míseros 2Km.

A única coisa que salvou dezembro de um vexame total e retumbante foi que esses 2Km foram percorridos descalços no chão duro com o calçamento variando entre pedra portuguesa, asfalto e concreto. Apesar de algumas bolhas no pé, a experiência me fez querer mais.

Retrospectiva 2015 - Corrida
Retrospectiva 2015 – Corrida

Peso

Juntamente com a volta aos treinos, passei a tomar mais de cuidado com a alimentação. Não tanto quanto a quantidade, mas sim com a regularidade e a qualidade do que eu vinha comendo.

Havia mais de uma década que eu não tinha o hábito de tomar café da manhã regularmente. Num dia típico eu chegava até a hora do almoço com somente duas canecas de café com leite no estômago. Isso não faz nada bem para o nível de insulina no organismo.

Por volta de fevereiro ou março, eu procurei passar a tomar café da manhã nos primeiros 30 minutos depois de acordado. E garantia a ingestão de pelo menos 30g de proteína, mais uma porção de carbohidratos e mais uma porção de algum vegetal. Procurei não ficar mais que 3 ou 4 horas sem comer alguma coisa.

Praticamente abolí o consumo de carbohidratos brancos e/ou refinados como arroz, derivados de trigo como pães, macarrão, bolos, biscoitos, etc. das refeições diárias deixando-os para ocasiões “especiais”. A ingestão de carbohidratos vinha basicamente de coisas como feijão, grão-de-bico, lentilhas, etc.

Mas depois de alguns meses eu comecei a relaxar e a coisa descambou de vez em setembro depois que voltei a trabalhar. Apesar de continuar tomando café da manhã, eu troquei o combo proteína+carbohidrato+vegetal por granola – que apesar de relativamente saudável, acredito ser pior do que eu vinha comendo.

De forma geral, continuo seletivo na hora do almoço e raramente pego arroz ou algum tipo de massa. Mas é no intervalo entre as refeições que o bicho pega. Lá no trabalho tem uma mesinha com café, chá, torradas e… biscoitos recheados. E biscoito, você sabe, é basicamente trigo ultra processado, gordura vegetal e açúcar – uma verdadeira bomba. É difícil resistir, então facilita muito quando eu levo alguma coisa de casa.

O resultado da redução da carga de treinos e da relaxada na alimentação é que depois de chegar ao meu melhor peso em provavelmente duas décadas, eu voltei a ganhar peso. Ainda estou melhor que no começo do ano, mas tenho que tomar cuidado por que já são três meses seguidos ganhando peso.

Retrospectiva2015 - Peso
Retrospectiva2015 – Peso

Fotografia

Em 2015 eu praticamente deixei as paisagens naturais de lado e foquei em temas urbanos como street, documental e arquitetura.

Se por um lado eu tive uma pequena decepção quando nenhuma foto minha foi aceita na XIX Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores de Ribeirão Preto, eu tive uma fotografia aceita no 5º Salão Nacional de Arte Fotográfica de São Caetano do Sul, algumas imagens destacadas no blog do Flickr (1, 2, 3, 4), um prêmio no concurso mensal da Angel Foto, etc.

2015 também foi o ano em que a fotografia começou a render algum dinheiro através de licenciamento e da venda de prints.

Livros

Biblioteca Mário de Andrade
Biblioteca Mário de Andrade

Comecei o “ano” em março lendo The 4-Hour Workweek do Tim Ferriss. O podcast do cara é excelente. Ele entrevista pessoas dos mais diversos backgrounds em busca identificar o que as torna únicas em suas respectivas áreas de atuação. Já o livro tem idéias interessantes, mas alguns trechos parecem snake oil. No geral, acredito que valeu a pena ter lido o livro, mas ainda prefiro o podcast.

Uns tempos depois comecei a ler o excelente Capital in the Twenty-First Century – que estava na minha To Do List havia alguns meses. Este é um livro que estou lendo devagar já que em alguns momentos o Thomas Piketty carrega no economês. O bacana do livro, é que o argumento do cara sobre a riqueza, renda e desigualdade é baseada em dados – não em viagens teóricas ou retórica.

A partir de julho eu comecei a comprar alguns livros técnicos para ajudar na construção de um site que estou/estava desenvolvendo. Entre eles, o excelente JavaScript: The Definitive Guide e alguns sobre CSS.

Com a volta ao trabalho em setembro, eu comprei um monte de livros para me atualizar na plataforma Microsoft. Entre eles, o excelente CLR via C#.

A partir do finalzinho de novembro eu voltei a ler alguns livros não-técnicos que estavam na minha To Read List já havia bastante tempo.

O primeiro deles foi o The $12 Million Stuffed Shark: The Curious Economics of Contemporary Art para entender um pouco a economia por trás do mercado de arte. Bem distante (mas muito, muito mesmo) da realidade das minhas “fotinhas”, mas ainda assim, uma leitura bem interessante. Resumindo a estória: Segundo o autor, o mercado de arte contemporânea é movido mais por vaidade, status e marketing do que pela qualidade da arte em si.

Depois peguei pra ler outro livro que estava na lista já haviam vários meses e que volta-e-meia eu me pegava pensando que em algum momento eu tinha que ler: The Information Diet: A Case for Conscious Comsumption

O livro faz uma analogia interessante entre o consumo de informação e o consumo de calorias (alimentos). O texto tem idéias interessantes, mas por ter ficado na wish-list por tanto tempo, talvez eu tenha criado expectativas de mais.

Um insight interessante do livro é que muita gente ao vasculhar a web, jornais ou o noticiário está na verdade procurando por afirmação e não informação. Eles não querem os fatos. Só querem uma opinião baseada em parte dos fatos. A parte que coincide e reforça a opinião deles.

Trabalho

Depois de dois anos de período sabático, em setembro eu voltei a trabalhar com TI. Mais especificamente com o desenvolvimento de sistemas na plataforma Microsoft.

Eu já tinha tido um gostinho do que seria voltar a programar enquanto estudava JavaScript para desenvolver o site para um dos meus projetos pessoais. Mas trabalhando por conta própria – e durante o meu sabático em particular – a realidade é que eu fazia o que eu queria quando bem entendia – o que na prática quer dizer que não saia muita coisa.

No trabalho, a coisa é diferente. É bacana, é desafiador e o que é melhor: Tem resultados palpáveis. Depois de fazer alguma alteração qualquer, basta executar a aplicação ou os testes automatizados com o profiler ligado para ver o resultado do trabalho. Ver um memory leak ir embora ou o tempo de processamento de uma rotina cair de hora e meia para menos de cinco minutos é muito, mas muito legal! É bom estar de volta!

Saideira

Sol, Praia e Cerveja Gelada
Sol, Praia e Cerveja Gelada

2015 foi um ano de despedidas, de encontros e reencontros. Foi também um ano fechar um ciclo e de alguns recomeços.

Que 2016 seja um ano porreta!

 

P.S.: Continuo firme e forte no Cold Shower Therapy há mais de um ano. Saia da zona de conforto!

Restart Part 2: Loading…

No começo do ano passado eu soube que a Donuts tinha começado a operacionalizar uma série de novos gTLDs, entre eles, o .photography.

Num impulso eu comprei alguns domínios diferentes aproveitando o fato de, por conta do “.photography” ter sido recentemente lançado, vários nomes interessantes ainda estavam disponíveis e relativamente baratos.

Fiz o óbvio que foi segurar o meu nome (alfredmyers.photography). Os outros domínios podem ser vistos como uma reserva estratégica para garantir que eu tivesse bons nomes de domínio caso eu viesse a implementar algumas das idéias que eu tinha na cabeça.

Durante boa parte do ano passado eu trabalhei na pesquisa e coleta de material para um segundo projeto que ainda está em andamento e que será hospedado em um dos domínios que foram comprados na época.

Voltando ao alfredmyers.photography, eu decidi implementar o site usando a plataforma de portfólios do 500px. Não demorou muito, no entanto, pra eu perceber suas limitações:

  • Número limitado de templates, ou seja, as diferentes caras que podem ser dadas ao site;
  • Limitações quanto a customização dos templates, ou seja, até que ponto você pode mudar a cara do site depois de ter escolhido um dado template como ponto de partida;
  • Eco-sistema pequeno. O que põe em dúvida a viabilidade econômica e o consequente desenvolvimento contínuo da plataforma. Por exemplo, o braço de venda de prints e wall art do 500px será fechado no final deste ano.
  • Desempenho sofrível. Antes de fazermos um upgrade no plano de banda larga daqui de casa, o primeiro acesso à página inicial do meu site demorava em média 45 segundos para carregar. Neste meio tempo, o visitante era contemplado com nada além de uma espécie de ampulheta. Com boa parte das pessoas migrando sua navegação cada vez mais para dispositivos móveis usando 3G, etc, o desempenho do site era simplesmente inaceitável.

Depois de avaliar algumas alternativas e sendo o control-freak que sou, eu cheguei à “brilhante” conclusão de que deveria estudar os fundamentos de programação web moderna e fazer tudo do zero para ter controle total sobre a plataforma e seu desempenho. Eu já tinha conhecimento anterior de HTML e Javascript. Era só questão de eu me atualizar. Quão difícil a empreitada poderia ser?!? Mergulhei a cara na web e estudei todo o material disponibilizado pelo Google.

O problema é que construir o que eu tinha em mente era uma tarefa dantesca e toda vez que chegava a hora de botar a mão na massa, eu arrumava alguma outra coisa “mais importante” pra fazer. Acho que era o meu subconsciente me dizendo “Isso vai dar merda, Capitão!”.

A questão só foi resolvida recentemente quando, escutando um podcast durante uma corrida matinal, fiquei sabendo de algumas informações e características interessantes a respeito de uma plataforma que eu havia descartado prematuramente e que basicamente eu vinha ignorando até então.

Mas isso vai ficar para o próximo post…